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DESMONTÁVEIS
As/os comerciantes de rua são produtoras/es de espacialidades que constituem historicamente a paisagem urbana que conhecemos. A forma como estruturam seus espaços de trabalho na rua dialoga diretamente com as estruturas sociopolíticas de composição deste espaço. Suas espacialidades são produtoras de narrativas e experiências urbanas singulares, redes de sociabilidade, dinâmicas e relações de trabalho, refletem saberes e modos de fazer que são próprios da vida urbana. Ainda que efêmeras, estas espacialidades intermediam relações entre corpo, espaço, tempo e promovem os mais variados tipos de encontros e construções de imagens, coreografias, diálogos, e humores.
Desmontáveis é uma exposição em formato de GIF, uma animação que articula dois espaços de imagem propondo possibilidades de relações: A compra e venda, a matéria plástica, a matéria humana, o espaço loja, o espaço casa, temporário, mutante, móvel, empilhável, efêmeros, mil e tantos outros elementos nos revelam como se dão as constantes modificações e uso do espaço comum, do espaço público que vão da simplicidade de um enfeite ou metodismo em organizar uma barraca de meias até perversidade capitalista festiva presente no látex do balão de lojas de departamento ou no carrinho de supermercado que vira casa temporária ou extensão do corpo de algum indivíduo.
A exposição foi aberta em um live e aberta para visitação com o envio do gif por email e whatsapp.
Clique aqui para visitar Desmontáveis
Texto de Gabriel Villas:
adaptações virtuais
A exposição virou um GIF. O GIF me lembra os livrinhos de animação que eu fazia quando era mais novo. Geralmente fazia animações na beira dos cadernos de 200 matérias das disciplinas da escola. Desenhava do fim pro começo, sobrepondo uma porção de imagens que, juntas e encavaladas, davam a sensação de movimento no folhear do caderno. Era engraçado que a magia toda acontecia justamente onde não tinha desenho, nos vazios que eu deixava entre uma página e outra, na conexão entre as imagens alguma ilusão se criava na cabeça.
O GIF que não chega a ser vídeo nem foto me lembra um vídeo de bolso ou um álbum de fotografias em movimento. Não é livro, não é cartaz, parece um panfleto na mão de um panfleteiro. Tem alguma coisa de spam, imagino minha tia panfletando um GIF no grupo das professoras da escola (talvez eu devesse ter começado a exposição com 1 bom dia). E agora o GIF é uma exposição que você não viu, mas que fica naquela pastinha do celular que ninguém limpa "GIFS do zap", igual aquele panfletinho que você pegou na rua, não leu e esqueceu no fundo da bolsa.
Essa exposição utilizou a plataforma online e gratuita https://ezgif.com/ para se concretizar ainda que este computador, os boletos da internet e a hospedagem deste site não tenham nada de gratuitos. O GIF é fácil de abrir, não precisa baixar o app, nem se cadastrar, nem ativar o sininho, nem cancelar inscrição, nem liberar os pop-ups, nem esperar 5 segundos para pular o anúncio que já foi anunciado nos seus 5 segundos de atenção e espera.
O GIF ficou enorme, não tem como passar pra frente nem voltar pra trás.
Exposição individual virtual
Gabriel Villas
Realizada através do Edital de Ocupação das Galerias da Fundação Cultural de Itajaí 2020
FICHA TÉCNICA
Artista: Gabriel Villas
Curadoria: Gabi Bresola
Produção: Ombu produção
Exposição realizada através do Edital de Ocupação das Galerias da Fundação Cultural de Itajaí 2020
Apoio: Setorial de Artes Visuais de Itajaí
Gabriel Villas
Nasceu em Campinas/SP (1992) e vive em Florianópolis/SC desde 2012. Mestre em artes visuais pelo CEART/UDESC na linha de Processos Artísticos Contemporâneos e graduação em Arquitetura e Urbanismo pela UFSC. Através de suas produções no campo da arte e arquitetura investiga questões relacionadas à escuta e ao corpo em movimento pelo espaço.
Live de abertura
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