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TODA LINHA

na crosta do planeta a vista se alinha com a paisagem retilínea que consegue alcançar. o olho grita pra linha que ainda é crua, o olho  estilhaça porque a não se avista a paisagem igual a antes. mesmo com alguma brisa, é a massa preta que preenche as cabeças, e o brilho da luz elétrica entretêm muitos dos olhos. o que é visto de longe é sempre mais fácil de se acreditar.ainda mais quando se vê entre neblina, bruma, brisa e maresia. a insistência em acreditar no que ainda não se sabe ao certo. a tentativa de chegar perto e não conseguir nunca chegar perto. nem a trote, nem com grua se vê o que vem depois do plano deitado que chamamos, miseravelmente, de horizonte. de fronte para o que é grandioso, a retina se duplica quando se olha por muito tempo pro mesmo lugar. a condição de não saber o que fazer recebe o que é visto como ameaça. o delírio dá origem a uma diplopia que cria e tritura uma mesma paisagem, fria ou cálida é sempre atravessada por linhas. em qualquer lugar dessa esfera, não há coordenada geográfica que indique ao certo o que vem depois da linha.  masde frente pra ela está ali o olho (aparato sensorial), a cabeça e o corpo fraco de quem habita o destino de esgotar todas as possibilidades de saber o que se passa pralém da linha.  por isso, o ponto de fuga deve ser a repetição dos discursos que vivem para se refazer, em formato de linha, como uma cobra que come o próprio rabo. 

 

sobra saber: quantos horizontes necessários sãopara descobrir que lá, no fundo, todo mar é terra firme? quantos são para descobrir que lá, no fim, toda linha é utopia?

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texto: Gabi Bresola com referência de Diego Dourado 

imagem: "coleção R" 

 

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Sebastião G. Branco é bacharel em Naturologia pela UNISUL (2011). Graduado em Artes Visuais pela UDESC (2012-2016). Frequenta a Oficina de Gravura da FCC desde 2014. Representado na galeria virtual Ogalerista. Professor no projeto Residência Agrária Jovem (2016). Ministrante da oficina Cinema e Educação (2014-2015). Exposições individuais: "Interagência" no Museu Malinverni Fº (2013). "Bátegas no Campo" na Fundação Cultural de Lages (2014). Exposições coletivas: Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea (2015), Cenas Urbanas 2 (2015), Projeto Armazém 5, 6, 7, 8 (2014-2016).

Publicações: ABNT, 2012. Cadernos de Interação Artística ºC, 2013-2016. Sofísebá, 2014, Campografias, 2014. Esboço de Esboços, 2015. Tratado Enciumado, 2016.

RELES CHÃO

Exposição individual de Sebastião G. Branco

 

Espaço oficina - CIC

Florianópolis/SC

abertura: 19/10/2016

visitação: 19/10 - 09/11/2016

Fundação cultural de Lages

Lages/SC

abertura: 10/08/2016

visitação: 10/08 - 31/08/2016

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